quarta-feira, 4 de agosto de 2010

AULA DE GARRAFA X ÁGUA DE TORNEIRA - AULA DE CIÊNCIAS



Por Thays Prado 23 de março de 2010 revista Superinteressante

Depois de produzir e narrar o documentário A História das Coisas* e ter feito também o vídeo nem tão bom quanto o primeiro sobre a História do Cap and Trade, Annie Leonard volta a circular pelo You Tube com o vídeo A História da Água Engarrafada. Desta vez, a militante contra o consumismo propõe um boicote à água engarrafada. Para ela, deveríamos beber água da torneira – com exceção dos lugares em que a água que chega a nossa pia está contaminada. O argumento de Annie é que diversos testes mostram que, nem sempre, a água engarrafada é mais limpa ou tem melhor gosto do que a água de torneira. E ainda temos que pagar por ela – “água em garrafa custa 2 mil vezes mais do que água da torneira”. Ela defende que a água é um bem de todos e não deveria ser vendida. “O que eles vão vender depois, ar?”, se pergunta. O problema de consumir água em garrafa estaria também no fato de se usar muito petróleo para produzir o plástico das embalagens – o equivalente ao abastecimento de um milhão de carros com gasolina – e a geração de lixo, já que 80% das garrafas não são recicladas e acabam indo parar em aterros e lixões de países subdesenvolvidos, demorando séculos para desaparecer, ou são incineradas e liberam gases tóxicos. Só nos Estados Unidos, consomem-se mais de meio bilhão de garrafas de água toda semana – quantidade suficiente para dar mais de 5 voltas no planeta Terra. Annie diz que a estratégia dos vendedores de água engarrafada para atingir todo esse consumo foi realizar campanhas dizendo que a água de torneira fazia mal à saúde. E lembra que, em muitos locais, as águas estão realmente poluídas, inclusive em função dos resíduos jogados em rios e lagos pelas próprias indústrias de garrafas. A solução dada pela ativista é cobrar dos órgãos públicos mais investimentos para a limpeza dos mananciais, de modo que todos tenham acesso à água potável. E sugere que o mesmo dinheiro gasto para tentar solucionar o problema do excesso de garrafas no lixo fosse usado para despoluir e preservar as águas.

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