O LIXO QUE NÃO É LIXO

No Pequeno Dicionário de Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Hollanda, encontramos a seguinte definição para a palavra lixo: “O que se varre da casa e em geral tudo o que não presta e se joga fora; cisco, imundície.”
Hoje em dia, fala-se em reaproveitamento e reciclagem do lixo.
Leia a reportagem abaixo e reflita sobre este assunto.



O lixo que não é lixo
(Ana Holanda)
Você sabe o que é feito com os jornais, restos de comida e garrafas plásticas que são jogados diariamente no lixo de sua casa? Parte de todo esse material recolhido nas ruas das cidades vai para grandes depósitos de lixo onde é enterrado para que um dia se degrade, isso é, seja absorvido novamente pela natureza. O pouco que se pode reaproveitar desse lixo é o gás que se forma durante a composição do lixo orgânico, que são os restos de tudo o que já foi vivo, como comida, plantas e animais.
Mas muito lixo também fica largado ali mesmo, na rua, ou é jogado em terrenos baldios, onde fica exalando um mau cheiro danado e ajudando a aumentar a quantidade de ratos, baratas, urubus e doenças nas proximidades. Em grandes cidades como São Paulo, o lixo passou a se transformar num problema, afinal não existem tantos locais assim onde se possa guardá-lo.
Só que esse lixo não precisa e não deve ser tratado como lixo. Pode-se reciclá-lo, ou seja, transformar o velho e inútil em novo e útil. As latas velhas são derretidas para se transformar em novas latas, e o jornal e papéis velhos podem virar coisas como cadernos novos.
Para reciclar é preciso primeiro separar o lixo, na hora de se livrar dele. É preciso separar plásticos de latas, de vidros, dos papéis e dos restos de comida. Afinal, cada tipo de lixo vai ser reciclado em um local diferente. Aí, é só os caminhões de lixo levarem tudo embora, também separado, para seu destino final. É a chamada coleta seletiva do lixo.
A necessidade da reciclagem é uma idéia que vem crescendo no mundo inteiro há alguns anos. Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, por causa da falta de matéria-prima, as latas usadas em conservas de alimentos começaram a ser reutilizadas. No Brasil, o reaproveitamento das sucatas metálicas só começou com a chegada dos imigrantes europeus.
Hoje, apenas 10% das latas de aço consumidas voltam em forma de automóveis, ferramentas, ligas para construção civil e utensílios domésticos. Isto representa, além de economia de energia elétrica para a produção de aço, uma menor destruição da natureza na extração de grandes quantidades de matéria-prima. A mineração dos materiais pode destruir enormes extensões de terra. Só para se ter uma idéia, cada 75 latas reaproveitadas evitam o corte de uma árvore no desmatamento.
Quase tudo que é jogado no lixo pode ser reciclado. Pode-se reaproveitar o lixo seco (metais, plásticos, vidros e papéis) e o lixo orgânico (restos de comida, plantas mortas, restos de frutas e verduras). O lixo orgânico é muito usado para fazer adubo.
Em alguns países como a Alemanha, o lixo é considerado coisa séria. As pessoas fazem coleta seletiva nas escolas, escritórios e em casa. Além de recolher este lixo, o governo incentiva as pessoas a levarem latas e embalagens plásticas para postos de trocas, onde este material é, algumas vezes, vendido. Isto se chama educação ambiental.
Extraído da revista Zá. São Paulo, Pinus Editora, n°13, agosto de 1997.


1- Responda de acordo com o texto.

a- O que se faz normalmente com o lixo no Brasil?
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b- Quais os principais problemas causados pelo lixo que fica largado nas ruas, ou é jogado em terrenos baldios?
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c- Como podemos produzir menos lixo? Cite três exemplos.
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d- Para que pode ser usado o lixo orgânico?
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e- A necessidade da reciclagem é uma idéia que vem crescendo no mundo inteiro há alguns anos.
Quando as latas usadas em conservas de alimentos começaram a ser reutilizadas? Por quê?
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